Acho que é impossível não fazer comparações, a gente se esforça mas em algum momento acaba fazendo mesmo sem querer. E pensando em meus relacionamentos acabados, pensei no dia do meu casamento, onde nem tudo foi perfeito porém era o meu dia, meu dia de princesa, afinal noiva sempre quer ser princesa mesmo que não seja da Disney.
Ficar remoendo o passado não é meu hábito mas as vezes ele vem à tona, principalmente quando a vida das pessoas desperta a tal comparação. Entre eu ela. Errado! Entre mim e você. A norma culta está aí para colocar tudo nos seus devidos lugares, quem dera que colocasse a vida e os pensamentos em ordem também, mas nessa dança das cadeiras alguém sempre fica de fora quando a música termina.
Será que quem pega o tão sonhado buquê será a próxima a casar? Sinceramente eu não sei se isso é verdade, simplesmente segui a tradição. Só lembro de alguns trechos desse episódio, o restante o tempo apagou quando sobrou só uma cadeira e eu me vi sentada nela repousando. Ora, ora andar de salto cansa.
As coisas não ocorreram como o esperado, o príncipe virou sapo. Não sei nem quem fez o feitiço, entrei na carruagem sozinha e desci em um reino longínquo, não tão cor de rosa. De princesa passei a ser rainha sem reino, rainha apenas da minha vida. Eu poderia ir para frente ou para trás, para direita ou para esquerda, ou na diagonal mas ao contrário do que acontece no xadrez eu poderia pular qualquer peça, afinal sou dona do meu nariz e do meu corpo inteiro. Pulo casas, amarelinha e pessoas quando é preciso, mas sempre quis estar com uma peça só, aquela única mas isso não depende só do meu poder.
Com a modernidade fui ganhando poderes de observação além da minha vista não tão precisa, já que amargamente sou perseguida pela miopia. Virtualmente só preciso de minhas lentes de contato para alcançar relatos de perfeição de amores a quilômetros de distância. Beijinho pra cá, self pra lá, viagens, vídeos e aquela frase de te amo eternamente, idas à igreja e assim estão a esfregar a tal perfeição amorosa sobre nós. E eu cá pensando com meus meus botões ou na verdade seriam minhas teclas?
Não fui consumida pela inveja e nem sofro de "comparicite". Creio que as redes sociais contribuem muito para que essa tendência natural do ser humano seja ainda mais estimulada, entretanto também ajuda para que possamos pensar em nós e não nos outros somente. Pode ser que o "tão feliz" do outro não te incomode como a princípio possa até parecer, mas te leva a pensar em muitas questões.
Nem sempre o que se expõe é real, nem sempre é recíproco e muito menos é permanente. Após algum tempo notei que fotos do facebook e instagram foram excluídas, os vídeos sumiram, assim como os comentários fofos. Agora me deparo com postagens que parecem indiretas para o sapinho e outras de empoderamento feminino.
Já vi isso outras vezes, mas confesso que aquele "casal perfect" me chamava a atenção, sobretudo pela atitude dela, embora ele não pareça ter sido forçado a nenhuma demonstração de amor, a exposição sempre chegava a mim por parte dela, até nas inclusões do mesmo em suas atividades notórias. Um ar de superioridade em relação aos outros, até o "Mô" era diferente do meu, do seu e dos outros. Certamente que ninguém é igual porém a entonação era meio estranha.
A timeline deixou de ser fofura, até o filho de quatro patas sumiu. Não sei com quem ficou o bichano, agora é só trabalho, trabalho e trabalho. Não acho que a vida pessoal tenha sido colocada de lado, talvez seja a forma encontrada para evitar perguntas, o status foi mudado, não passou a ser solteira, só não menciona mais. Tentar se preservar após o juramento tenha saído da igreja e ecoado para milhares de pessoas não é uma tarefa muito fácil. Pode sair das profundezas e perguntar:
_ Você separou?
De repente, podem se fingir de cega, surda e ignorar. Quem sabe um bloqueio resolva, poupa tempo e é uma ótima opção para se livrar dessas pessoas.
Aí entra bom senso, certas coisas não precisam ser faladas, nós já percebemos. Para que tocar no assunto ou na ferida do outro não é? Cada um tem a sua história, nos encontramos em outros reinos, seguimos outros rumos, alguns com desfechos inesperados e outros com a permanência no feliz para sempre real ou fictício.
Eu percebi que não era só eu, nunca serei a única. A felicidade eterna não existe, o que ocorre são momentos de felicidade. Pode ser que a história teve o tempo certo para ser lida e que você feche o livro, ou eu passe a diante e escreva outros. Você pode deixar a janela fechada, ou aberta para que os outros vejam a sua vida momentaneamente feliz, pode inventar o que você quiser caso queira, ou deixar uma fresta apenas. Tudo depende de você, só não pode controlar as interpretações alheias.
Sabe, eu não tive muito o que apagar. Sou de outro tempo, outro reino. Eu só rasguei algumas fotos. Estou na trilogia, se encerra dessa forma aí eu não sei dizer.
Este post faz parte de um desafio de um grupo muito querido, o Interative-se. |
As comparações são inevitáveis,mas cada um sabe o que tem dentro de si,muitas vezes as pessoas se expõe nas redes sociais para mostrar ao mundo o quanto são felizes e tudo dá certo quando na verdade sentem tudo ruir.
ResponderExcluirEnfim,seu texto é a pura verdade,adorei :D
Beijos ^.^
littlewonderscrm.blogspot.com.br/
Vai saber né Jennyfer, o que se passa realmente. Obrigada lindona! bjs
ExcluirOiee
ResponderExcluirQue texto maravilhoso!!!
Falou tudo! Eu também odeio comparações, pior que o ser humano não tem jeito, vive comparando, vive apontando.
E concordo, não existe felicidade eterna, o que existem são momentos e devemos vivê-los intensamente.
bjs
Isso mesmo Fernanda. bjs
ExcluirDifícil fazer um comentário breve, tem tanta coisa a se falar...mas quero dizer que você é profunda, seus textos refletem isso e eu amei hehe
ResponderExcluirQue bom que gostou. Obrigada Thaís! bjs
ExcluirFalou muitas verdades o seu texto.
ResponderExcluirHá muita coisa que parece e não é. A gente sempre acha que a grama do vizinho é mais verde.
Mas acho que o principal é cada um cuidar da sua própria felicidade, sem se preocupar com os outros. Cada um com a sua história, seus dramas e suas conquistas.
Parabéns pelo texto.
Beijos! :)
Verdade Francisco! Eu penso como você. Obrigada! bjs
ExcluirQue texto maravilhoso!
ResponderExcluirSó li verdades, também odeio quando as pessoas fazem comparações!
Parabéns Ci!!! A forma com que você expõe sua opinião é maravilhosa, poucas pessoas falam como você, admiro você!
Ahh sua linda. Obrigadaaaa! bjs
ExcluirOi Luciana!
ResponderExcluirTexto muito profundo e verdadeiro! Hoje em dia tem muitos casais expondo o "amor eterno" nas redes e a gente fica sonhando com um relacionamento perfeito por conta disso, sendo que a realidade é outra muitas vezes.
Adorei!
Beijos
http://www.nomundodaluablog.com/
E como tem Aline, essa crônica foi inspirada em uma casal bem desse jeito.rsrs Obrigada! bjs
Excluir"Uma rainha sem reino" é uma frase que me descreve muito. Na realidade quem pega o buque não se casa fácil, vi um casal que se separou um pouco tempo depois de pegar o buque
ResponderExcluirVerdade? Então é melhor correr do buquê.rsra
ExcluirAcho que como você disse a felicidade não é eterna, o que temos são momentos de felicidade e quando eles acontecem se eternizam em nossas lembranças. E temos que ser gratas por esses momentos ainda que sejam pouco e durem bem pouco, mas que sejam reais e verdadeiros.
ResponderExcluirTem razão. bjs
ExcluirAmeei o texto... Profundo.
ResponderExcluirMe identifiquei com MUITA coisa que edta escrito, e realmente o ser humano não consegue evitar de fazer comparações. Ja eu odeio? Rs
Obrigada! bjs
ExcluirO mundo virtual costuma vender para a gente a ideia de felicidade contínua, algo inalcançável, ou alcançável apenas por outros, não por nós. Aquela ideia de que ser feliz é o mesmo que estar feliz, que atingir o nível de felicidade é algum status permanente. Ninguém é feliz o tempo todo, se felicidade fosse um estado permanente que, depois de alcançado, não se larga, o mundo seria outro.
ResponderExcluirE, a grama do vizinho sempre parecerá mais verde. Observamos a vida alheia pela tela do computador e esquecemos que, por trás daquela lente, daquele celular e das outras teclas, há gente de carne e osso, tão falhas e imperfeitas como nós.
Adorei o texto e como mostrou a fragilidade em confiar em tudo que vemos e achamos ser a verdade das redes sociais!
xoxo
Rê
Com certeza Re! É bem assim mesmo. Obrigada! As redes sociais e suas verdades, mentiras e alucinações.Bjs
ResponderExcluirMuito boa reflexão! Pensamos sempre que às vezes tudo é um mar de rosas quando na realidade anda bem longe disso.
ResponderExcluirRealmente comparações é uma atitude que não conseguimos evitar!
Beijinhos